Transcrevo aqui, a coluna Camisa 1, do jornalista Humberto Peron, publicada no diário O Lance, edição Rio de Janeiro, deste dia 26/09/2012.
Uma homenagem aos nossos Paredões, Bernardinho, Anderson Silva, Lucca Brito, Nathan Juan, Lucas Pimenta, Jorge Ribeiro, João Pedro, Digão e Carlos Leite.
Vamos ao texto:
" Esqueça a teoria de que só se torna goleiro aquela criança ruim com a bola nos pés. Tenho certeza de que vai sempre vai existir um grande número de petizes que nunca sonharam em jogar no ataque, pois se identificavam muito mais com a posição de arqueiro.
Crianças que só querem jogar no gol ficam admiradas com os saltos que os arqueiros realizam em suas defesas maravilhosas, a permissão de utilizar as mãos à qualquer momento, o uso de uma camisa diferente do resto do time - que ele pode escolher o modelo - e também utilizar um par de luvas.
Estar sozinho na meta usando um uniforme faz com que toda criança possa se sentir um super- herói, sempre pronto para salvar seu time com sua coragem de não fugir do chutes fortes dos adversários e seus vôos acrobáticos - meso sabendo que estes saltos vão trazer alguns hematomas nos braços e um raspão nos joelhos. Está certo que ela logo descobre que, em algumas oportunidades, por mais que se esforce, não é possível evitar o gol e, por isso, ele pode se transformar em vilão da história.
Também é jogando sob as traves é que ela encontra a liberdade de fazer o julga certo para defender uma bola e não precisa seguir os berros do técnico dizendo o que fazer à todo instante, como acontece com os jogadores de linha.
Quem quer ser goleiro desde cedo não se importa em calçar as luvas para ficar defendendo os inúmeros chutes do pai em uma baliza improvisada e também descobre que nunca será rejeitado nas peladas dos maiores, porque um goleiro é sempre bem-vindo.
Por fim, gostaria de fazer um último apelo: nunca insista para uma criança que gosta de jogar no gol para que ela troque de posição ."
Humberto Peron
Fonte: http://www.lancenet.com.br/
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