Na rodada do último domingo, durante a partida entre as equipes do C.R.B.P. vs Valqueire T.C. pela categoria Sub 13, logo no início do jogo, enquanto nossos atletas seguiam seu plano de jogo, tocando a bola sem afobação, ouviram-se, vindos de nossa torcida, alguns gritos e reclamações com relação à nossa postura em quadra. A coisa piorou ainda mais, quando os visitantes abriram o marcador. Os precipitados expectadores insistiam para que nossa equipe "partisse pra dentro", a despeito do esquema tático previamente traçado para aquele jogo, onde, um simples empate já nos consolidaria em nossa posição.
Coincidentemente, no diário "O Lance" desta quarta-feira, 24/05, o Jornalista André Kfouri, em sua coluna fala sobre o assunto, em uma crônica sobre a partida Fluminense x Boca Juniors, válida pela Copa Libertadores da América, que transcrevemos na íntegra abaixo:
Mais Um
O treinador argentino Marcelo Bielsa, diz que: "o futebol é o esporte mais popular do mundo porque uma mesma causa pode oferecer diferentes efeitos. A maioria das coisas não acontecem como imaginamos. Há muito de casual."
A preferência do futebol pela casualidade se fez presente ontem, no Engenhão, ao produzir o gol do Fluminense. A bola chutada em cobrança de falta por Carleto, de longe, só encontrou o canto direito do goleiro Orion por um capricho. Um desvio na barreira do Boca Juniors significou a diferença entre o 0x0, e o placar que encaminhava o jogo para os penaltis.
Eram 17 minutos do primeiro tempo e o Fluminense não poderia querer nada melhor. Para o "copeiro" Boca, o gol mudou o placar, mas não os planos. Bons times argentinos tem uma virtude que os caracteriza: não confundem desejo com execução. As convicções que se traduzem numa uma idéia de jogo, não sofrem alterações, por causa de ocorrências normais como um gol. Mesmo que seja casual.
O Boca Juniors foi ao Engenhão para controlar o confronto, o que é diferente de controlar o jogo. O 1x0 em Buenos Aires, qualificado por tantos como um resultado frágil,lhe permitiu ser calculista no Rio.
A possibilidade de um gol do Fluminense era considerada. Certo sufoco, consequencia natural, também. Proibido era perder a calma, a concentração, e abandonar a organização na busca de um gol que não tinha hora marcada para acontecer.
Semelhante confiança nas próprias qualidades faltou ao Fluminense. A ausência da medida certa na dosagem entre proteção e agressividade levou à uma postura tímida, um time que só criou duas chances (uma Com cada Rafael) para aumentar a vantagem.
O Boca sentiu-se à vontade no Engenhão para ser atrevido até nos momentos finais, quando os penaltis se avizinhavam. Atrevimento de quem sabia que só precisava de um gol. Riquelme teve poucos segundos de lucidez para lançar Sanches Miño, e o gol de Santiago Silva saiu no rebote. Último minuto, quando o tempo que restava servia apenas para contemplar o destino inevitável.
O Fluminense, pelo sucesso em 2008 e pela vitória deste ano em La Bombonera, parecia imune ao Boca Juniors. Mas é mais um time brasileiro à ser eliminado pelos Xeneizes.
Não é casualidade.
Texto de André Kfouri
Obs.: As observações em destaque, "COINCIDENTEMENTE" são exaustivamente comentadas, ensaiadas e combinadas em nossos treinos e no vestiário antes das partidas. Continuemos assim.
(Luiz Losada)
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